segunda-feira, 24 de março de 2008

:: Zombies ::

THE ZOMBIES
Odessey & Oracle
(1967-68)


SAFRA MÁGICA
Num ano maravilhoso para o rock, The Zombies fizeram uma obra-prima sofisticada e acessível

por Sérgio Barbo (sessão "Discoteca Básica" d'uma Showbizz antiga)


O lisérgico ano de 1967 foi um dos mais inspirados na história do rock. Younger than Yesterday (dos Byrds), Sgt. Peppers (dos Beatles), Forever Changes (do Love), entre outros álbuns clássicos, são dessa safra. A obra-prima de um grupo menos badalado, porém muito peculiar e influente, The Zombies, também data desse mesmo período dourado. Pop e acessível, Odessey and Oracle é mais um na lista dos discos à frente de seu tempo e de difícil classificação até hoje. Seria protoprogressivo, pop barroco ou mersey-beat (a batida dos Beatles) psicodélico?

Tudo isso e mais um pouco tinha começado a ser engendrado cinco anos antes em St Albans, Inglaterra, pelo tecladista Rod Argent, o guitarrista Paul Atkinson, o baixista Paul Arnold (logo substituído por Chris White), o baterista Hugh Cundry e por Colin Blunstone, que quase foi recusado como vocalista por estar com o rosto repleto de hematomas no primeiro ensaio. Apesar de péssimo desportista, Blunstone tinha garganta apurada e sua voz de garoto de coral mais o teclado quase erudito de Argent se tornaram a marca registrada dos Zombies.

Misturando batidas de jazz, rhythm & blues e mersey sound, os singles “She's Not There” (em 1964) e “Tell Her No” (em 1965) fizeram sucesso na Inglaterra e mais ainda nos EUA, onde alcançaram o topo das paradas. O grupo então se tornou referência essencial para os americanos.

O ápice veio em 1967 com esse segundo álbum. Música pop com rara sofisticação (composta por Rod Argent e Chris White) e letras bem construídas abordando temas pessoais e políticos (como o horror das Guerras Mundiais). Tudo com melodias luminosas e harmonias vocais singelas, embaladas por arranjos de cordas, sopros e cravo.

Fazer um disco de nível tão elevado não poderia nunca ser fácil. E teve como consequência o desgaste das relações entre os integrantes. Resultado: a obra acabou sendo lançada após o fim do grupo, em dezembro de 1967. Ironicamente, “Time of the Season” foi um estrondoso sucesso dois anos depois nos EUA, promovendo um reinteresse pela banda. Propostas vultuosas de retorno foram declinadas por Rod Argent, pondo fim, assim, a uma banda que tornour transitável a ponte entre o simples e o elaborado, entre o pop e o progressivo.

DOWNLOAD (mp3 de 192kps - 55MB):
http://www.mediafire.com/?gwtdgnb2e91

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